O Coletivo Interferência Rádio Livre já passou por inúmeras transformações, como uma das mais antigas rádios livres do país. Em 1985, estudantes da UFRJ criaram este laboratório e veículo de comunicação alternativa. Nos primeiros anos, se fazia em ocupações pontuais: chega, monta equipamento, transmite, desmonta equipamento. Não havia espaço fixo para a rádio, que ocupava o prédio do Diretório Central dos Estudantes, na Praia Vermelha até 1992.

A Rádio voltaria em 1996, como atividade acadêmica institucional, mas essa experiência também não dura muito. Foi só em 2001, com a compra de um transmissor financiado pelo Centro Acadêmico de Comunicação, que a Interferência voltou a ser o que era: reestruturada como rádio livre autônoma e de programação aberta. Desde então teve gestão horizontal, sem hierarquia, com participação interativa.

A partir de 2009, a Anatel persegue a rádio, instaura um processo (baseado em denúncias, mas sem elencar provas) e fecha a rádio em 2011.
Desde então, transmitimos na web - pelo radiolivre.org desde 2006, com software livre e servidor próprio desenvolvidos com radiolivristas. Mas, devido à intensa repressão, a luta política pelas mídias livres passa de uma rede pulsante a conexões enfraquecidas.

Hoje, com 30 anos, a Interferência se reinventa novamente. Mesmo que, inconstitucionalmente, o Estado obstrua a radiodifusão livre, nossa luta vive e resiste!
Criamos um circuito integrado de oficinas e cursos de capacitação em produção multimídia crítica e qualificada. Reconhecida como ponto de cultura e mídia livres, a Interferência ocupa os mais diversos espaços onde essa liberdade é negada. A universidade, a favela, as ruas... São espaços públicos, assim como o espectro eletromagnético, e a despeito das instituições que falham em garantir esse direito ao povo, reivindicamos, reconquistamos, com "comunic-ação direta".

Estamos na web e nas ruas, no fundamento real das lutas sociais e na eficácia virtual das conexões, pulsando redes de informação e comunicação, de apropriação tecnológica. Estamos aqui pra ecoar a luta e a crítica, que a internet não é livre; é útil, mas jamais será livre como o rádio digital pode ser. A liberdade de transformar a realidade coletiva é conquistada. Seja mídia, rádio livre-se!
Ok, a webrádio tá bugada, mas o que não falta é conteúdo! >>